terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Vannuchi: um homem que tem todos os pés no chão!


20/12/2010
 às 22:54

Vannuchi: um homem que tem todos os pés no chão!

 Que homem bondoso e generoso este Paulo Vannuchi! Ele acredita que a campanha da oposição cometeu um erro ao debater o aborto. O assunto é discutido no mundo inteiro, mas, por alguma razão, no Brasil, deveria ficar restrito à tertúlia das autoridades  — petistas naturalmente. A afirmação é farisaica de várias maneiras.
Em primeiro lugar, a oposição debate o que bem entender nos marcos do que lhe faculta a Constituição, e Vannuchi que vá cuidar da turma do seu partido. Em segundo lugar, ele está contando o oposto da verdade, também chamado de “mentira” por pessoas que gostam de chamar as coisas por seus respectivos nomes. O PT e o governo é que politizaram o aborto. E o fizeram em duas etapas.
Na primeira rodada, introduzindo no Programa Nacional-Socialista de Direitos Humanos o aborto como um “direito humano”. Nunca antes no mundo alguém tinha tido idéia tão espetacular e, se me permitem ficar num adjetivo de mesma raiz, “humanista”. Até Lula ficou um tanto chocado, não é mesmo? Quando a oposição atentou para o caso, o debate sobre o aborto estava nas ruas — sobretudo na rua eletrônica, a Internet.
E foi o próprio PT quem se encarregou de politizar de novo — aí eleitoralmente — o tema: temerosa de que suas reiteradas defesas da descriminação do aborto resultasse em prejuízo eleitoral, Dilma lançou a sua “Carta ao Povo de Deus”… Como a estratégia não surtiu efeito, veio então a denúncia de que a oposição estava manipulando a opinião pública. Estava? Eu, por exemplo, teria levado ao ar as entrevistas de Dilma. Cada um é responsável por aquilo que diz — especialmente quem quer ser presidente da República. Se o aborto é assim tão bom para o Brasil, deve haver quem saiba defendê-lo. Por que esse debate envergonhado?
Os números de Vannuchi sobre as internações são mentirosos. Não passam de coisa de cascateiro. Inexistem notificações que façam a distinção entre aborto espontâneo e provocado. Como 25% das fecundações resultam em aborto espontâneo — o que todo especialista sabe —, não dá para saber quais ocorrências resultam de ação voluntária da grávida. Repudio a sua fala covarde. Que tenha a coragem de defender a legalização do aborto sem recorrer a números vigaristas. Ou, então, ele prove que estou errado e exiba as  notificações.
Mas é no seu momento como pensador que ele brilha mais:
“Uma coisa é a palavra de Deus, e outra é a interpretação que os doutores fazem dessa palavra de Deus. Ou aprendemos a relativizar a noção de verdade ou teremos o que houve em relação ao Plano Nacional de Direitos Humanos”.
Estupendo! Se não podemos recorrer às palavras dos doutores — no caso, entendo, os doutores das igrejas —, então só nos resta Deus ele-mesmo, não é? Como o Altíssimo não anda dando sopa por aí, seria preciso falar com seu superior: Lula!
Bom esquerdista (e isso não quer dizer coisa boa), Vannuchi acredita que a verdade é “relativa”. Ô se é… Vejam bem: ele pertencia à ALN, de Carlos Mariguella. A ALN tinha um minimanual para práticas terroristas. Ali se ensinava a matar soldados por exemplo, pais de família. Nem os hospitais deveriam ser poupados. Como a verdade é relativa, Vannuchi certamente era um subordinado daquele manual pensando no bem da humanidade — o mesmo bem que o moveu a considerar a morte do feto um direito humano.
Vannuchi é um pensador que tem os pés bem fincados no chão. Todos eles!
Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Não aceitamos alegação de que "pedofilia é cultural"

Não aceitamos alegação de que "pedofilia é cultural", diz relator da CPI
Camila Campanerut 
Do UOL Notícias 
Em Brasília

O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), afirmou nesta quinta-feira (16) que se recusa a aceitar a alegação de autoridades do Estado do Pará de que a “exploração sexual de menores de idade é uma questão cultural”. O relatório final da CPI foi aprovado nesta tarde, mostrando que o Pará tem casos de pedofilia em todos os seus municípios.
“Isso é algo que nós não aceitamos: exploração de criança e adolescentes não pode ser cultural e há conivência de autoridades, do Poder Judiciário. Um deputado, inclusive, foi condenado” disse o parlamentar após a entrega e aprovação de seu relatório da CPI, com mais de 1.600 páginas.
O ex-deputado estadual citado por Torres é o paraense Luís Afonso Sefer, preso no Estado do Rio de Janeiro, em maio do ano passado, sob acusação de atentado violento ao pudor e de estupro. Ele era acusado de ter praticado durante três anos consecutivos abusos contra uma jovem que trabalhava na casa dele. 
“Com mais ênfase ainda estamos solicitando ao Tribunal [de Justiça do Pará] que crie uma câmara, uma vara especial para que estes processos sejam julgados de forma prioritária, porque o que nós verificamos é que há, no mínimo, leniência do Poder Judiciário no julgamento destes casos e pode até implicar em conivência”, destacou o democrata. 
Ao longo dos 33 meses de trabalho da CPI, Torres destaca que entre os principais feitos da comissão, estão a criação e modificações na legislação e os acordos de cooperação com empresas de internet, como o Google, operadoras de cartões de crédito e empresas de telefonia, que fornecessem sistematicamente informações de suspeitos às polícias civil e federal e ao Ministério Público para as investigações sobre casos de pedofilia.
“Nós modificamos a lei, por exemplo, para permitir que, aquele que teve relação sexual com adolescente em situação de prostituição ou situação de risco ou qualquer outro ato sexual, que ele possa ser punido com a pena de até 10 anos e que antes não era punido”, exemplificou. 
Durante o período de trabalho da CPI, foram ouvidas 200 vítimas, feitas 18 diligências fora de Brasília, 10 prisões e onze projetos de lei foram apresentados, além de um que obteve sanção presidencial – a Lei 11.829 de 25 de novembro de 2008. 
A proposta rendeu o prêmio "Mundial de Telecomunicações e Sociedade da Informação 2009", concedido pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) em maio de 2009, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reconhecimento às políticas federais de inclusão digital e de combate à pornografia infantil na internet.
"Conseguimos constatar este monstro e conseguimos ao longo dos quase três anos, chamar a sociedade para dentro disso juntamente com todas as forças pautamos uma sociedade que denuncia, que fala. Hoje tem pedófilo preso todo dia”, avaliou o presidente da CPI, o senador Magno Malta (PR-ES).
De acordo com o relatório da comissão, foram recebidas mais de 900 denúncias deste tipo de crime por meio do “Disque-Denúncia”, do “Disque-100”, pela internet e por informações recebidas pela polícia durante o tempo de funcionamento da CPI.

sábado, 4 de dezembro de 2010

O inimigo do meu inimigo é meu amigo

O inimigo do meu inimigo é meu amigo

Por francisco razzo, 1 de dezembro de 2010 13:11
Por Walter Block
Fonte: Instituto Mises Brasil
A relação entre libertarianismo e religião é longa, antiga e tormentosa. É inegável que Ayn Rand teve uma duradoura, forte e profunda relação com o libertarianismo.  Embora ela nos rejeitasse e nos tratasse como “hippies da direita”, muitos de nós ainda somos fascinados com ela, inspirados por ela e em dívida para com ela por ter nos apresentado a defesa moral da livre iniciativa.  Eu certamente me incluo nessa categoria.
Uma das mais fortes influências que ela teve sobre o movimento libertário foi o seu ateísmo beligerante.  Para muitos seguidores da filosofia da liberdade, uma agressiva rejeição a Deus e a todas as coisas religiosas pode perfeitamente ser vista como um axioma básico dessa visão de mundo.  Confesso que essa também foi a minha posição nesse assunto durante muitos anos.
Essa era também a posição de um rico e potencial doador do Mises Institute, o qual teria contribuído fartamente caso o Instituto mudasse sua visão em relação a esse assunto e passasse a adotar uma postura agressivamente contrária a todas as religiões.
Felizmente, Lew Rockwell se recusou a desvirtuar a missão de seu Instituto em relação a esse quesito, e ficou sem a doação.  Embora seja ele próprio um católico devoto, Rockwell se manteve fiel aos seus princípios: o Mises Institute continuaria envolvido nos estudos da ciência econômica e da liberdade, e nada teria contra qualquer religião em absoluto.
O que fez com que eu mudasse minha postura?  Por que continuo hoje sendo tão ateu quanto sempre fui, porém, ao mesmo tempo, um amigo e defensor da religião?  Nada tem a ver com o fato de que, dos últimos 19 anos, passei 15 deles sendo empregado por instituições jesuítas católicas.  Fui professor doCollege of the Holy Cross de 1991 a 1997 e, desde 2001, sou professor da Universidade Loyola em Nova Orleans.
Para alguns — aqueles ainda encantados com a visão randiana acerca de religião e liberdade —, já é ruim o suficiente que um libertário tenha uma visão positiva sobre a religião.  Para a maioria, pode parecer uma total contradição lógica um ateu como eu ser um grande defensor e até mesmo um admirador da religião.  Permita-me explicar tudo.
Nesse assunto em especial, sou guiado pelo aforismo “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”.  Embora tal raciocínio nem sempre seja verdadeiro, nesse caso em específico creio que seja.
Assim, qual instituição é a maior inimiga da liberdade humana?  Só pode haver uma resposta: o estado em geral; e, em particular, a versão totalitária deste.  Talvez não haja melhor exemplo de tal governo do que a URSS e seus principais ditadores, Lênin e Stalin (embora a supremacia em termos de números absolutos de inocentes assassinados pertença à China de Mao).  Podemos em seguida perguntar: quais instituições esses dois respeitáveis russos escolheram para o opróbrio?  Em primeiro lugar, a religião.  Em segundo lugar, a família.  Não foi nenhuma coincidência os soviéticos terem aprovado leis que premiavam os filhos que delatassem os pais por atividades anticomunistas.  Certamente não há melhor maneira de destruir uma família do que por meio dessa política diabólica.  E como eles tratavam a religião?  Essa é uma pergunta meramente retórica: a religião foi transformada no inimigo público número um, e seus praticantes foram cruelmente caçados e exterminados.
Por que escolheram a religião e a família?  Porque ambas são as principais concorrentes do estado na busca pela lealdada e obediência das pessoas.  Os comunistas estavam totalmente corretos — se formos nos basear em suas próprias perspectivas diabólicas — em centrar sua artilharia sobre essas duas instituições.  Todas as pessoas que são inimigas de um estado intrusivo, portanto, fariam bem em abraçar a religião e a família como seus principais amigos, sejam essas pessoas ateias ou não, pais ou não.
A principal razão por que a religião é um contínuo e eterno incômodo para os líderes seculares advém do fato de que essa instituição define a autoridade moral independentemente do poder dessa gente.  Todas as outras organizações da sociedade (com a possível exceção da família) veem o estado como a fonte suprema das sanções éticas.  Não obstante o fato de que alguns líderes religiosos de fato já se ajoelharam perante oficiais de governo, existe uma hostilidade natural e básica entre essas duas fontes de autoridade.  O papa e outros líderes religiosos podem não ter nenhum regimento de soldados, mas eles têm algo que falta aos presidentes e primeiros-ministros, para grande desespero destes.
Eis aí minha posição.  Eu rejeito a religião, todas as religiões, pois, como ateu, não estou convencido da existência de Deus.  Aliás, vou mais fundo.  Sequer sou agnóstico: estou convencido da não-existência Dele.  Entretanto, como um animal político, eu entusiasticamente abraço essa instituição.  Trata-se de um baluarte contra o totalitarismo.  Aquele que deseja se opor às depredações do estado não poderá fazê-lo sem o apoio da religião.  A oposição à religião, mesmo se baseada em fundamentos intelectuais e não almejada como uma posição política, ainda assim equivale a um apoio prático ao estado.
Mas e quanto ao fato de que a maioria das religiões, senão todas, apóia a existência do estado?  Não importa.  Apesar do fato de que algumas religiões organizadas podem frequentemente ser vistas como defensoras do estatismo, o fato é que esses dois ditadores, Lênin e Stalin, já haviam entendido tudo: não obstante o fato de pessoas religiosas frequentemente apoiarem o governo, essas duas instituições, estatismo e religião, são, no fundo, inimigas.  “Concordo” com Lênin e Stalin nesse quesito.  Estritamente do ponto de vista deles, ambos estavam totalmente corretos ao suprimirem brutalmente as práticas religiosas.  Isso faz com que seja ainda mais importante que todos nós libertários, ateus ou não, apoiemos aqueles que adoram a Deus.  O inimigo do meu inimigo é meu amigo.
Bem sei que, nesse ponto, muitos ateus irão energicamente protestar apontando para o fato de que inúmeras pessoas inocentes foram assassinadas em nome da religião.  É verdade.  Infelizmente, é muito verdade.  Entretanto, seria válido colocarmos um pouco de perspectiva nessa conjuntura.  Quantas pessoas foram mortas por excessos religiosos, tais como a Inquisição?  Embora as estimativas variem amplamente, as melhores (ver aqui) dão conta de que o número de mortes ocorridas durante essa triste época, a qual durou vários séculos, está entre 3.000 e 10.000.  Alguns especialistas, aqui, garantem números ainda mais baixos, como 2.000.
É claro que estamos falando de seres humanos assassinados, e cada assassinato deve ser lamentado; porém, se considerarmos apenas as magnitudes relativas, podemos positivamente dizer que tais números são completamente insignificantes quando comparados à devastação infligida à raça humana pelos governos.  De acordo com as melhores estimativas (ver aquiaquiaquiaquiaqui e aqui), as vítimas do estatismo apenas no século XX se aproximam do ultrajante marco de 200 milhões.  Não, não houve erro tipográfico.  200 milhões de cadáveres produzidos diretamente pelo estado!  Querer comparar algumas milhares de mortes injustificáveis produzidas pela religião com várias centenas de milhões produzidas pelo estado é algo totalmente desarrazoado.  Sim, o assassinato de uma única pessoa é deplorável.  Porém, se quisermos comparar religião e governo, devemos ter em mente essas diferenças astronômicas.
Eis uma lista de pessoas devotamente religiosas que eu conheço pessoalmente e que fizeram grandes contribuições para a causa da liberdade:
William Anderson, Peter Boettke, Art Carden, Stephen W. Carson, Alejandro Chafuen, Paul Cwik, Gary Galles, Jeff Herbener, Jörg Guido HülsmannRabino Israel KirznerRobert MurphyGary NorthRon Paul, Shawn Rittenour, Lew Rockwell, Joann Rothbard, Hans Sennholz, Edward Stringham, Timothy Terrell, David Theroux, Jeff TuckerLaurence VanceTom Woods, Steven Yates.
E não podemos também deixar de mencionar a Escola de Salamanca, povoada e divulgada, principalmente, por padres como estes: Dominicanos: Francisco de Vitoria, 1485—1546; Domingo de Soto, 1494—1560; Juan de Medina, 1490—1546; Martin de Azpilcueta (Navarrus), 1493—1586; Diego de Covarrubias y Leiva, 1512—1577; Tomas de Mercado, 1530—1576.  Jesuítas: Luis Molina (Molineus), 1535—1600; Cardeal Juan de Lugo, 1583—1660; Leonard de Leys (Lessius), 1554—1623; Juan de Mariana, 1536—1624.
Essa escola de pensamento é genuinamente nossa predecessora moral e intelectual.  Para a contribuição da Escola de Salamanca para o movimento austro-libertário, ver aquiaquiaquiaqui eaqui.
Já é hora — aliás, já passou da hora — de o movimento austro-libertário rejeitar a virulenta oposição randiana à religião.  Sim, Ayn Rand fez grandes contribuições para os nossos esforços.  Não precisamos agir precipitadamente; não precisamos jogar fora o bebê junto com a água da banheira.  Mas é certo que o sentimento anti-religião pertence a essa última atitude, e não à primeira.
As opiniões acima expressadas são consistentes com o ponto de vista do meu eterno mentor, Murray Rothbard.  Esse brilhante erudito, que frequentemente era chamado de “Senhor Libertário”, justamente por representar a epítome do libertarianismo, era uma pessoa extremamente favorável à religião, sendo especialmente pró-catolicismo.  Ele atribuía os conceitos do individualismo e da liberdade (bem como quase tudo de positivo que havia na civilização ocidental) ao cristianismo, e argumentava com veemência que, enquanto os libertários fizessem do ódio à religião um princípio básico de organização, eles não chegariam a lugar algum, dado que a vasta maioria das pessoas em todas as épocas e lugares sempre foi religiosa.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Controle populacional ou Genocídio Silencioso



Por Arlindo Montenegro

Redução de população da terra? Há dez anos atras diria sorrindo: papo furado! Hoje, depois de ler dezenas de livros antigos e outros modernos firmados por cientistas e pesquisadores, visitar sites atravancados de artigos, notícias, declarações que chegam de toda parte, entendo de outro modo. São tantas evidências que somente cegos, surdos e mudos, ou robôs, são incapazes de admtir como fato.

Nos artigos anteriores estão referências variadas. Hoje o assunto é monumento: marcos históricos ou símbolos, que remetem a reflexões de importância espiritual ou material. Que nem o Cristo Redentor, monumentos a heróis de guerras, artisticos ou aqueles da natureza, burilados pacientemente durante milênios. Vamos ver imagens de um monumento sui generis: os Marcos de Pedra da Georgia (Georgia Guide Stones).

Pedras de granito maciço com a inscrição de dez orientações que indicam como preservar a humanidade no mundo futuro. Isto na visão do grupo de financiadores anônimos. A mensagem está escrita em 12 idiomas (o que lembra os 12 apóstolos, os doze signos do zodíaco, os doze meses do ano): sânscrito, babilônico cuneiforme, hieróglifos egípcios e grego clássico, Inglês, russo, hebraico, árabe, hindi, chinês, espanhol e suaíli. 

O local escolhido Elberton, na Geórgia é aberto para os quatro pontos cardeais e recebe a luz do nascer e do por do sol, tanto no solstício de inverno quanto no verão. Reúne detalhes simbólicos e esotéricos significativos e não aparece em nenhum panfleto ou roteiro turístico do estado da Georgia. Data de 1979. E proclama seus "10 mandamentos":

1. Manter a humanidade abaixo dos 500 milhões (de pessoas) em eterno equilíbrio com a natureza. (Nos documentos e declarações dos que executam a nova ordem mundial, há uma elasticidade que preserva a vida de 2 milhões de pessoas. Uma redução menor que os 85% propostos).

2. Guiar a reprodução de maneira sábia, promovendo a cultura física e a diversidade. (Na agenda em execução o aborto, a eutanasia, pílulas, redução da natalidade, os "direitos humanos" do cinismo, a violência, drogas, homossexualismo ensinado a partir da infância e tensões culturais permanentes, são políticas que preenchem este segundo mandamento.) 

3. Unir a humanidade, dando vida a um novo idioma. (Um novo idioma imposto? Um novo idioma gerado pelo conhecimento e comunicação entre povos distintos?)


4. Controlar a paixão - fé - tradição - e todas as coisas com razão moderada. (Esta orientação parece direcionada para a abolição do cristianismo e outras religiões, adotando-se o que a ONU propõe, o culto à "mãe Gaia" como religião única)


5. Proteger as pessoas e as nações com leis e tribunais justos. (Você acredita em Papai Noel?)


6. Deixar que todas as nações regulem-se internamente, resolvendo disputas externas em uma corte mundial. (O estado elaborando, determinando e executando as leis! Que legal!!!)


7. Evitar leis mesquinhas e funcionários inúteis. (Ou seja estado global tipo orwelliano. Já temos as câmeras vigiando as ruas, escolas, transportes e locais de trabalho, já temos os programas de tv para exercitar e disseminar a "normalidade" tecnológica, já temos os gps, celulares, cartões de crédito, que identificam e controlam, sem funcionários inúteis.)


8. Balancear direitos pessoais com deveres sociais. (Os escravos recebem a ração se cumprirem as metas do eito no fazendão estatal)

9. Valorizar a verdade - beleza - amor - procurando a harmonia com o infinito. (Aqui sugerem-se os mistérios simbólicos, preparando a religião única voltada para a natureza e o cosmos)

10. Não ser um câncer na terra - Deixar espaço para a natureza - Deixar espaço para a natureza. (Declara-se que certas e marcadas pessoas, (principalmente os pobres que provocam a explosão demográfica) são um câncer na terra. Cânceres devem ser extirpados para que se restaure o equilíbrio fundamental.

Qualquer semelhança com o que você perceba no seu dia a dia, não é “mera coincidência”, nem é materialização do que você foi adestrado para reconhecer como “teoria da conspiração”. Denunciar é um dos primeiros passos para impedir a continuidade do genocídio silencioso. 

Arlindo Montenegro

domingo, 21 de novembro de 2010

Nicolás Gómez Dávila (1913-1994)

Nicolás Gómez Dávila (1913-1994) is one of the greatest, if not the greatest, catholic conservative writers of the XXth century and in the same time... the most forgotten. This Colombian philosopher is almost unknow even among traditional catholics, not speaking about popular press.



Nicolás Gómez Dávila tinha um impressionante talento para aforismos. Do site indicado abaixo, em inglês, tomei a liberdade de seleccionar alguns dos seus aforismos e traduzi-los (para português de Portugal). A lista é longa devido à dificuldade em deixar alguma coisa de fora.

“Entrar em compromisso é sacrificar um bem distante a uma urgência imediata.”
“Para Deus existem apenas indivíduos.”
“Todo o objectivo que não seja Deus desonra-nos.”
“Uma “sociedade ideal” será o cemitério da grandeza humana.”
“O indivíduo encolhe na proporção do aumento do Estado.”
“A autenticidade do sentimento depende da clareza do pensamento.”
“A recusa da preocupação é a marca da besta.”
“Aquele que renuncia parece fraco aos olhos daquele incapaz de o fazer.”
“A genuína aliança com uma ideia ultrapassa motivações sociais e psicológicas.”
“ Vulgaridade consiste em pretender ser o que não se é.”
“O interlocutor incoerente é mais irritante que o hostil.”
“Um filósofo que adopta noções científicas predetermina as suas conclusões.”
“Depender apenas de Deus é a nossa verdadeira autonomia.”
“A violência não é necessária para destruir uma civilização. Cada civilização morre pela
indiferença em relação aos valores únicos que a criaram. ”
“A perfeição é o ponto onde coincidem aquilo que temos a possibilidade de fazer, aquilo que queremos fazer e aquilo que devemos fazer.”
“O homem moderno não ama mas procura refúgio no amor; não tem esperança mas quer refugiar-se na esperança; não acredita mas quer refúgio no dogma.”
“O homem moderno destrói mais quando constrói do que quando destrói.”
“A literatura contemporânea, em toda e cada época, é o pior inimigo da cultura. O tempo limitado do leitor é desperdiçado lendo mil livros que embotam o sentido crítico e arruínam a sua sensibilidade literária.”
“Numa era onde os mídia difundem incontáveis disparates, o homem educado é definido não pelo que sabe mas pelo que desconhece. ”
“As ideologias políticas contemporâneas são falsas no que afirmam e verdadeiras no que negam.”
“Todas as épocas exibem os mesmos vícios mas não todas as virtudes. Todas as eras têm cabanas mas apenas em algumas existem palácios.”
“A tragédia moderna não é a da derrota da razão mas do seu triunfo.”
“O homem moderno é um prisioneiro que se julga livre porque se recusa em tocar nas paredes do seu calabouço.”
“Ter opiniões é a melhor forma de escapar à obrigação de pensar.”
“A Igreja tinha a função de absorver os pecadores; hoje incumbe-se de absolver os pecados.”
“A civilização parece ser a invenção de uma espécie agora extinta.”
“A punição para o idealista consiste no triunfo da sua causa.”
“Ser civilizado consiste em conseguir criticar aquilo em que se acredita sem deixar de acreditar.”
“O objectivo da filosofia não é pintar novos objectos mas dar aos objectos familiares a sua verdadeira cor.”
“Aqueles que começam por proclamar que o nobre é desprezível acabarão por proclamar que o desprezível é nobre.”
“Toda a solução parece trivial para quem não entendeu o problema.”
“O homem culto tem a obrigação de ser intolerante.”
“A estupidez num homem velho imagina-se a si mesma como sabedoria; num adulto, como experiência; e na juventude como genialidade.”
“De Deus não falamos com qualquer rigor e seriedade excepto na poesia.”
“A imaginação é o único lugar no universo onde é possível viver.”
“O optimismo nunca é fé no progresso mas esperança num milagre.”
“A importância de um acontecimento é inversamente proporcional ao espaço que ocupa nos jornais.”
“Um indivíduo que se declara membro de um grupo, pede em nome do grupo aquilo que se envergonha de pedir em próprio nome.”
“Ter um diálogo com aqueles que não partilham connosco as premissas básicas não é mais que uma estúpida forma de passar o tempo.”
“A fé não é o conhecimento de um objecto mas a comunhão com ele.”
“A poesia morreu, asfixiada por metáforas.”
“É injusto repreender os escritores hodiernos pelo mau gosto quando a própria noção de gosto morreu.”
“Se acreditamos em Deus não devemos dizer “Acredito em Deus”, mas “Deus acredita em mim.””
“A fúria dos imbecis é menos assustadora que a sua benevolência.”
“”Ser útil à sociedade” é a ambição, ou desculpa, de uma prostituta.”
“Quem nos trai nunca nos perdoará a sua traição.”
“Toda a sociedade não-hierárquica está dividida em duas.”
“Os inimigos do mito não são os amigos da realidade mas da trivialidade.”
“O racista inquieta-se porque suspeita em segredo que todas as raças são iguais. O anti-racista inquieta-se porque suspeita em segredo que não são.”
“As hierarquias são celestiais. No inferno todos são iguais.”
“Os imperativos, éticos ou estéticos, devem ser negativos. Imperativos positivos apenas aumentam a impostura.”
“A vontade de ser original é uma afectação causada pela falta de talento.”
“A alma moderna é uma paisagem lunar.”
“No idioma da arquitectura moderna nada de complicado pode ser dito.”
“O pecado do homem abastado não é a sua riqueza mas o seu apegamento a ela.”
“Ideias da esquerda dão origem a revoluções. Revoluções dão origem às ideias da direita.”
“A verdade é tão subtil que nunca inspira tanta confiança como uma tese errada.”
“A adaptação ao mundo moderno requer uma sensibilidade esclorosada e um carácter degradado.”
“A opinião pública nos dias de hoje não é a soma das opiniões privadas. Pelo contrário, as opiniões privadas é quê são o eco da opinião pública.”
“O excesso de polidez paralisa; a sua falta brutaliza.”
“Não ter noção da putrefacção do mundo moderno é sintoma de contágio.”
“Existe uma iliteracia da alma que nenhum diploma pode curar.”
“O leitor genuíno lê por prazer os livros que os outros apenas estudam.”
“A diferença entre “orgânico” e “mecânico” em matérias sociais é moral: o “orgânico” é o resultado de inumeráveis actos humildes; o “mecânico” é o resultado de um único e decisivo acto de arrogância.”
“Dizer que ”o gosto é relativo” é uma desculpa adoptada nas épocas onde reina o mau gosto.”
“Os objectos modernistas não possuem vida interna; apenas conflitos internos.”
“A mecanização brutaliza porque faz as pessoas acreditarem que o universo é inteligível.”
“A falta de transparência é o primeiro sintoma de declínio de uma língua.”
“Falsificar o passado é o método que a Esquerda usa para produzir o futuro.”
“A sede modernista de originalidade faz o artista medíocre acreditar que o segredo da originalidade é simplesmente ser diferente.”
“Mais irritante que a estupidez vulgar é a verborreia de vocabulário científico.”
“As pessoas modernas acreditam viver num ambiente de pluralidade de opiniões, quando o que de facto reina é uma unanimidade asfixiante.”
“Em filosofia, uma simples questão ingénua basta para todo um sistema entrar em colapso.”
“Para o moderno progressista a nostalgia é a suprema heresia.”
“Nada se torna mais rapidamente obsoleto que o moderno mais arrojado.”
“A claridade na exposição é o único sinal incontroverso de maturidade de uma ideia.”
“Se a filosofia não resolve nenhum problema científico, a ciência, por sua vez, não resolve nenhum problema filosófico.”
“Uma das maiores catástrofes intelectuais reside na apropriação dos conceitos e vocabulário científico por inteligências medíocres.”
“As verdades não são relativas. Relativas são as opiniões sobre a verdade.”

A consciência negra em uma equação

Porque o direito, a realidade ‘direito’ – não as idéias sobre ele do filósofo, jurista ou demagogo – é, se me permitem a expressão barroca, secreção espontânea da sociedade e não pode ser outra coisa. Querer que o direito reja as relações entre seres que previamente não vivem em efetiva sociedade, parece-me - perdoe-se-me a insolência - ter uma idéia muito confusa do que é o direito.” – José Ortega y Gasset, A Rebelião das Massas


Há uma grita premente por reformas gerais nas leis que garantam que cidadãos com ideais discutíveis só possam andar na condicional por bom comportamento. Essa urgência vem de grupos sociais, todos eles, calcados na agenda dos “excluídos” procurando seu pé-de-meia: os homossexuais, os negros, os sem-terra, as mulheres, o movimento anti-manicomial (que não é composto de loucos, mas é o que os fazem parecer tão sensatos).
Não buscarei ressuscitar a velha discussão sobre a legitimidade de cada um desses grupos: é consabido entre os 2,7% de alfabetizados da população que os italianos vieram ao país para substituir a mão-de-obra negra, que ficava cada vez mais cara, e nem por isso têm “cotas sociais”; que as mulheres não foram trazidas acorrentadas de outro continente para cá, nem são espancadas quando beijam outras rachas (em verdade, filmes com essas demonstrações costumam valer uma nota) e Hitler não as culpou pela derrota alemã na Primeira Guerra.
Por outro lado, essas políticas de inclusão (do Bolsa-Família ao Bolsa-Presidiário, da cota social até a lei da homofobia) revelam o caráter revanchista, vitimista e sangue-nos-olhos que caracteriza a esquerda contemporânea – aquela que morre de medo de se outorgar comunista, mas não permite a existência de nada fora do Estado. Aquela que sempre diz que a esquerda mundo afora não deu certo por não ser de esquerda o suficiente, mas sempre que é careada à esquerda das antigas, diz que esta foi degenerada. A esquerda que quer um Estado comendo nosso rabo pelas bordinhas.
Com o vitimismo, que exige privilégios para uma classe e culpa uma outra, de bordas esfumaçadas e contornos imprecisos (“a elite”, “a classe média”, “a mídia golpista”), vê-se como um esquerdista quer tomar o poder: seu sonho não é apenas encher a burra dos vulgos “oprimidos” que julga representar, mas atacar e destruir um inimigo preciso. O sonho do revolucionário é liderar uma turba enfurecida.
O caso Mayara, os espancadores de gays e todos os outros exemplos recentes e não tão recentes apontam para a direção que essa cultura do grupelho se auto-pechando por “vítima” nos leva. Não se pretende aqui dizer asneiras da direita caricata a respeito do Bolsa Família, nem sair em defesa de retardados que ainda possuem preconceito contra os feios – como já afirmou Olavo Pascucci, o homossexualismo não constitui flagelo ético, mas sim um ataque estético – com efeito, é feio pra caralho um galalau introduzir a trosoba própria em lorto peludo alheio.
Porém, a forma rasa com que se lida com o problema dos neofascistas que atacam minorias desprotegidas não se diferencia muito de um neocomunismo – e, a despeito do que a turma do marxismo de bem com a vida possa ousar afirmar, nunca conseguirão provar que o fascismo matou mais do que o comunismo, e nem que se buscar o socialismo democrático procurarão desculpas para algo tão quimérico e oximoroso quanto o fascismo democrático.
Os averiguadores de cotas da Universidade, que vê no olhômetro se você é um negro de verdade ou apenas um mameluco qualquer que, graças ao sangue explorador de algum tio seu, não merece o mesmo benefício de um tição que brilha no escuro, instaurou o primeiro comitê de pureza étnica do Brasil. A lei da homofobia quer instaurar o primeiro (primeiro?) grupo com poderes inexistentes aos demais grupos sociais. Isso sem falar em lei da imprensa, controle social de propriedades etc.
Tudo lembra bem aquele revanchismo que rolou com um certo partido golpista e totalitário que tomou o poder na Alemanha em 33. Claro, não quero recair na Lei de Godwin. Mais óbvio ainda, sei que o PT em (quase) nada se parece ao nacional-socialismo. Porém, o ponto mais preocupante dessa cultura está sendo negligenciado na discussão hodierna: o que mantém a turba enfurecida, até o momento, sob controle?
Antes de imediatamente propor ao Congresso o Bolsa Gardenal, basta fazer uma continha simples, de resultado surpreendente. O que fez Hitler, um Zé rodela de mão cheia, ser líder absoluto de um país, vá lá, rural e de idioma de estrebaria, mas também culto e maior guardião da cultura clássica ocidental que ainda pisa filosofante nesse planeta?
Apesar de lembrar o Mr. Manson e sua explicação científica de que os neurônios responsáveis pelo cálculo matemático são os segundos a serem destruídos pelo incessante uso de THC (só perdendo para aqueles responsáveis pelo bom gosto musical), a conta é acompanhável indolormente: o nazismo culpou os judeus pelo opróbio alemão. Os judeus, como hoje, eram a elite econômica. Em menor número, não puderam sonhar em ter sequer uma margem de votos representativa contra a ascenção do nazismo. Um povo inteiro em fúria esmagou, com sede de uma vingança sem justificativa, cada semita que encontrasse, mesmo o mais miserável e o menos explorador.
O que muda no Brasil atual? Na verdade, fora os aspectos gritantes que diferenciam a democracia brasileira do totalitarismo alemão (que poderiam ser facilmente reduzidas a filigranas menores e derrubadas com a pressão do segundo fator), a diferença é o número de negros brasileiros frente aos brancos.
Com efeito, mesmo no Brasil um Charles Manson teria dificuldade em iniciar o seu Helter Skelter. A “classe média burguesa”, de contornos imprecisos, é muito numerosa. Aqueles que podem ser atingidos pela lei da homofobia por cada piadinha envolvendo entubação de mangalhos exigiriam que, se a lei fosse aplicada stricto sensu, a internet fosse fechada, e todos os homens e mulheres, de cada classe social, que ousassem o heterossexualismo (ou mesmo os gays falando entre si, que são, como os judeus, uma turma que adora saudavelmente rir de si própria) fossem pra cadeia.
A turba que é “vítima”, assim, tem um discurso de ódio, mas só pode ficar no discurso. Nem mesmo se quiser fazer sua revanche pegando o seu alvo de galera logrará êxito notável. O número de brancos, classe medianos e outras características “conservadoras”, no Brasil, mantém a massa de manobra de grupelhos políticos bem quietinhos – mas somente o seu número, mesmo. Para o bem dessas próprias minorias.
O discurso oficial, mesmo com feriados como o Dia da Consciência Negra (que é feriado oficial em 2 estados, enquanto o Dia do Índio não o é... mas quantos índios você conhece, afinal?!), promove o ódio revanchista. Felizmente, apesar de não perceberem que a vida dos pobres e oprimidos está melhor porque essa “elite” lhes deu produtos baratos (e mesmo esgoto e água encanada) a um preço irrisório com os quais os seus bisavós nunca sonharam em possuir, o governo ainda não pode extinguir tudo aquilo que considera nocivo ao seu propósito de igualdade, sob risco de ter de extinguir boa parte da raça humana do país.
Os negros que são os atores mais populares, o melhor jogador de golf, o melhor economista, a mulher mais importante da mídia americana e até mesmo o presidente podem sonhar felizes com suas conquistas pessoais. Infelizmente, para os outros, há o discurso de you’re less: work less, expect less, bem denunciado por Thomas Sowell, o melhor economista vivo, por coincidência, negro.
A consciência negra não precisa acabar com o que os brancos construíram. Mas, por mais que o governo queira, felizmente, a briga seria tão massacrante que nos destruiria. Isso não acontecerá nem que eles forcem mais a barra. Ainda bem.

Flavio Morgenstern 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pensamentos concretos sobre o aborto

21 OUTUBRO 2010

Pensamentos concretos sobre o aborto

Contardo Calligaris

Em matéria de aborto, não sou nem a favor nem contra. Muito pelo contrário. Mas muito mesmo
1) Às vezes, para descobrir o que pensamos, é útil pôr de lado nossos princípios. Pois, em matéria de costumes, os preceitos gerais servem sobretudo para evitar dilemas concretos nos quais nosso pensamento iria revelar-se muito mais complexo do que os princípios que bradamos.

2) Numa situação em que o aborto seja necessário para salvar a mãe, mesmo nos meses finais da gravidez, quase todos dirão que a vida da mãe deve ser preservada (aqui, a lei brasileira, como é normal que aconteça, sanciona o sentimento da maioria).

Agora, imagine que, cinco minutos depois do corte do cordão umbilical, apareça uma condição médica na qual a mãe morrerá sem falta se não receber o transplante de um órgão que só o recém-nascido pode lhe oferecer -sendo que o bebê perderá a vida ao ser privado desse órgão. Para qualquer um de nós, esse transplante mortífero seria uma abominação.

Imagine ainda que, no meio de um parto difícil, a mulher esteja inconsciente e o médico pergunte ao pai: "Devo salvar a mãe ou a criança?". O pai que decidisse salvar a criança (e sacrificar a mãe) seria, aos nossos olhos, acredito, um simples uxoricida.

Parece, em suma, que o direito do feto à vida está subordinado ao da mãe e é inferior ao da criança que já nasceu.

Mas consideremos o caso de alguém que matou uma mulher grávida e, abrindo seu corpo, esfaqueou o feto. No meu foro íntimo, ele é culpado de dois assassinatos.

Da mesma forma, o canalha que, voltando bêbado para casa, produziu o aborto de sua mulher a pontapés e agulha de tricotar enfiada à força no útero, no meu foro íntimo, é um assassino de fato e de direito, não "só" um espancador de mulher.
De repente, a vida do feto parece adquirir uma dignidade comparável à dos adultos.

3) Aceitamos que o aborto seja praticado para preservar a vida da mãe. Mas é curioso que "vida", nesse caso, signifique apenas simples sobrevivência. Viver é muito mais do que prolongar a existência, e o bem-estar não é só o bom funcionamento dos órgãos. Quer comprovar? Tente "consolar" um enlutado com a falsa sabedoria de que "saúde é o que interessa, o resto não tem pressa". Corrijo-me: não tente.

Se a vida não é só sobrevivência abstrata, o que pode significar aceitar o aborto para preservar a vida concreta da mãe?

4) A oposição não é entre os que privilegiam a vida do feto e os que privilegiam a escolha livre da mulher, mas entre abstrato e concreto.

Vamos privilegiar a vida do feto? Ótimo, mas que seja a vida concreta. Para exigir de uma jovem que ela leve a termo uma gravidez involuntária, é preciso oferecer-lhe a garantia de que ela poderá abandonar a criança com dignidade e de que a criança abandonada não ficará para sempre num orfanato. Ou seja, é preciso proteger a vida concreta do nascituro.

Vamos privilegiar a escolha? Nos anos 1970, na Suíça, havia imigrantes italianos que eram autorizados a trabalhar por períodos de 11 meses. Ao fim de cada período, eles tinham que voltar para seu país e lá ficar durante um mês. Era um artifício para que eles não se tornassem residentes e não pudessem levar consigo mulheres e filhos.

Um pouco para compensar a longa frustração, um pouco para que as mulheres, lá na Itália, tivessem de que se ocupar durante a longa ausência do marido, a regra era engravidar a esposa a cada volta para casa. Uma dessas esposas, num vilarejo da Campanha, tinha 30 anos e 11 filhos. Ela tentou abortar o 12º do jeito que dava. Perdeu a vida. Nessa história, onde está a escolha livre?

5) Uma menina de 13 anos transa pela primeira vez com um menino de 17. Ela ouviu dizer que é prudente usar camisinha. Ele explica que a camisinha foi proibida pelo papa. Passei um mês cruzando os dedos e funcionou: a menina não engravidou. É possível criminalizar o aborto e, ao mesmo tempo, desaprovar a contracepção?

6) No corredor de um pronto-socorro lotado, um médico (?) diz a uma enfermeira: "Não se preocupe. Ela abortou, deixe sangrar". Há os que querem criminalizar o aborto para punir a mulher: "Transou? Agora encare as consequências".

Alguém, a esta altura, perguntará: "Afinal, você é contra ou a favor da descriminalização do aborto?". Não sou nem a favor nem contra. Muito pelo contrário. Mas muito mesmo.

TWO TOUGH QUESTIONS

TWO TOUGH QUESTIONS
Question 1: If you knew a woman who was pregnant, who had 8 kids
already, three who were deaf, two who were blind, one mentally
retarded, and she had syphilis, would you recommend that she have an abortion?

Question 2: It is time to elect a new world leader, and only your vote
counts. Here are the facts about the three leading candidates.

Candidate A: Associates with crooked politicians, and consults with astrologists.
He's had two Mistresses. He also chain smokes and drinks 8 to 10
martinis a day.
Candidate B He was kicked out of office twice, sleeps until noon, used
opium in college and drinks a quart of whiskey every evening.
Candidate C He is a decorated war hero. He's a vegetarian, doesn't smoke, drinks an
occasional beer and never cheated on his wife.
Which of these candidates would be your choice? Decide first, no peeking,
then scroll down for the answer.













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Candidate A is Franklin D. Roosevelt.
Candidate B is Winston Churchill.
Candidate C is Adolph Hitler.

And, by the way, the answer to the abortion question: If you said yes,
you just killed Beethoven.

Pretty interesting isn't it? Makes a person think before judging
someone.