sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Controle populacional ou Genocídio Silencioso



Por Arlindo Montenegro

Redução de população da terra? Há dez anos atras diria sorrindo: papo furado! Hoje, depois de ler dezenas de livros antigos e outros modernos firmados por cientistas e pesquisadores, visitar sites atravancados de artigos, notícias, declarações que chegam de toda parte, entendo de outro modo. São tantas evidências que somente cegos, surdos e mudos, ou robôs, são incapazes de admtir como fato.

Nos artigos anteriores estão referências variadas. Hoje o assunto é monumento: marcos históricos ou símbolos, que remetem a reflexões de importância espiritual ou material. Que nem o Cristo Redentor, monumentos a heróis de guerras, artisticos ou aqueles da natureza, burilados pacientemente durante milênios. Vamos ver imagens de um monumento sui generis: os Marcos de Pedra da Georgia (Georgia Guide Stones).

Pedras de granito maciço com a inscrição de dez orientações que indicam como preservar a humanidade no mundo futuro. Isto na visão do grupo de financiadores anônimos. A mensagem está escrita em 12 idiomas (o que lembra os 12 apóstolos, os doze signos do zodíaco, os doze meses do ano): sânscrito, babilônico cuneiforme, hieróglifos egípcios e grego clássico, Inglês, russo, hebraico, árabe, hindi, chinês, espanhol e suaíli. 

O local escolhido Elberton, na Geórgia é aberto para os quatro pontos cardeais e recebe a luz do nascer e do por do sol, tanto no solstício de inverno quanto no verão. Reúne detalhes simbólicos e esotéricos significativos e não aparece em nenhum panfleto ou roteiro turístico do estado da Georgia. Data de 1979. E proclama seus "10 mandamentos":

1. Manter a humanidade abaixo dos 500 milhões (de pessoas) em eterno equilíbrio com a natureza. (Nos documentos e declarações dos que executam a nova ordem mundial, há uma elasticidade que preserva a vida de 2 milhões de pessoas. Uma redução menor que os 85% propostos).

2. Guiar a reprodução de maneira sábia, promovendo a cultura física e a diversidade. (Na agenda em execução o aborto, a eutanasia, pílulas, redução da natalidade, os "direitos humanos" do cinismo, a violência, drogas, homossexualismo ensinado a partir da infância e tensões culturais permanentes, são políticas que preenchem este segundo mandamento.) 

3. Unir a humanidade, dando vida a um novo idioma. (Um novo idioma imposto? Um novo idioma gerado pelo conhecimento e comunicação entre povos distintos?)


4. Controlar a paixão - fé - tradição - e todas as coisas com razão moderada. (Esta orientação parece direcionada para a abolição do cristianismo e outras religiões, adotando-se o que a ONU propõe, o culto à "mãe Gaia" como religião única)


5. Proteger as pessoas e as nações com leis e tribunais justos. (Você acredita em Papai Noel?)


6. Deixar que todas as nações regulem-se internamente, resolvendo disputas externas em uma corte mundial. (O estado elaborando, determinando e executando as leis! Que legal!!!)


7. Evitar leis mesquinhas e funcionários inúteis. (Ou seja estado global tipo orwelliano. Já temos as câmeras vigiando as ruas, escolas, transportes e locais de trabalho, já temos os programas de tv para exercitar e disseminar a "normalidade" tecnológica, já temos os gps, celulares, cartões de crédito, que identificam e controlam, sem funcionários inúteis.)


8. Balancear direitos pessoais com deveres sociais. (Os escravos recebem a ração se cumprirem as metas do eito no fazendão estatal)

9. Valorizar a verdade - beleza - amor - procurando a harmonia com o infinito. (Aqui sugerem-se os mistérios simbólicos, preparando a religião única voltada para a natureza e o cosmos)

10. Não ser um câncer na terra - Deixar espaço para a natureza - Deixar espaço para a natureza. (Declara-se que certas e marcadas pessoas, (principalmente os pobres que provocam a explosão demográfica) são um câncer na terra. Cânceres devem ser extirpados para que se restaure o equilíbrio fundamental.

Qualquer semelhança com o que você perceba no seu dia a dia, não é “mera coincidência”, nem é materialização do que você foi adestrado para reconhecer como “teoria da conspiração”. Denunciar é um dos primeiros passos para impedir a continuidade do genocídio silencioso. 

Arlindo Montenegro

domingo, 21 de novembro de 2010

Nicolás Gómez Dávila (1913-1994)

Nicolás Gómez Dávila (1913-1994) is one of the greatest, if not the greatest, catholic conservative writers of the XXth century and in the same time... the most forgotten. This Colombian philosopher is almost unknow even among traditional catholics, not speaking about popular press.



Nicolás Gómez Dávila tinha um impressionante talento para aforismos. Do site indicado abaixo, em inglês, tomei a liberdade de seleccionar alguns dos seus aforismos e traduzi-los (para português de Portugal). A lista é longa devido à dificuldade em deixar alguma coisa de fora.

“Entrar em compromisso é sacrificar um bem distante a uma urgência imediata.”
“Para Deus existem apenas indivíduos.”
“Todo o objectivo que não seja Deus desonra-nos.”
“Uma “sociedade ideal” será o cemitério da grandeza humana.”
“O indivíduo encolhe na proporção do aumento do Estado.”
“A autenticidade do sentimento depende da clareza do pensamento.”
“A recusa da preocupação é a marca da besta.”
“Aquele que renuncia parece fraco aos olhos daquele incapaz de o fazer.”
“A genuína aliança com uma ideia ultrapassa motivações sociais e psicológicas.”
“ Vulgaridade consiste em pretender ser o que não se é.”
“O interlocutor incoerente é mais irritante que o hostil.”
“Um filósofo que adopta noções científicas predetermina as suas conclusões.”
“Depender apenas de Deus é a nossa verdadeira autonomia.”
“A violência não é necessária para destruir uma civilização. Cada civilização morre pela
indiferença em relação aos valores únicos que a criaram. ”
“A perfeição é o ponto onde coincidem aquilo que temos a possibilidade de fazer, aquilo que queremos fazer e aquilo que devemos fazer.”
“O homem moderno não ama mas procura refúgio no amor; não tem esperança mas quer refugiar-se na esperança; não acredita mas quer refúgio no dogma.”
“O homem moderno destrói mais quando constrói do que quando destrói.”
“A literatura contemporânea, em toda e cada época, é o pior inimigo da cultura. O tempo limitado do leitor é desperdiçado lendo mil livros que embotam o sentido crítico e arruínam a sua sensibilidade literária.”
“Numa era onde os mídia difundem incontáveis disparates, o homem educado é definido não pelo que sabe mas pelo que desconhece. ”
“As ideologias políticas contemporâneas são falsas no que afirmam e verdadeiras no que negam.”
“Todas as épocas exibem os mesmos vícios mas não todas as virtudes. Todas as eras têm cabanas mas apenas em algumas existem palácios.”
“A tragédia moderna não é a da derrota da razão mas do seu triunfo.”
“O homem moderno é um prisioneiro que se julga livre porque se recusa em tocar nas paredes do seu calabouço.”
“Ter opiniões é a melhor forma de escapar à obrigação de pensar.”
“A Igreja tinha a função de absorver os pecadores; hoje incumbe-se de absolver os pecados.”
“A civilização parece ser a invenção de uma espécie agora extinta.”
“A punição para o idealista consiste no triunfo da sua causa.”
“Ser civilizado consiste em conseguir criticar aquilo em que se acredita sem deixar de acreditar.”
“O objectivo da filosofia não é pintar novos objectos mas dar aos objectos familiares a sua verdadeira cor.”
“Aqueles que começam por proclamar que o nobre é desprezível acabarão por proclamar que o desprezível é nobre.”
“Toda a solução parece trivial para quem não entendeu o problema.”
“O homem culto tem a obrigação de ser intolerante.”
“A estupidez num homem velho imagina-se a si mesma como sabedoria; num adulto, como experiência; e na juventude como genialidade.”
“De Deus não falamos com qualquer rigor e seriedade excepto na poesia.”
“A imaginação é o único lugar no universo onde é possível viver.”
“O optimismo nunca é fé no progresso mas esperança num milagre.”
“A importância de um acontecimento é inversamente proporcional ao espaço que ocupa nos jornais.”
“Um indivíduo que se declara membro de um grupo, pede em nome do grupo aquilo que se envergonha de pedir em próprio nome.”
“Ter um diálogo com aqueles que não partilham connosco as premissas básicas não é mais que uma estúpida forma de passar o tempo.”
“A fé não é o conhecimento de um objecto mas a comunhão com ele.”
“A poesia morreu, asfixiada por metáforas.”
“É injusto repreender os escritores hodiernos pelo mau gosto quando a própria noção de gosto morreu.”
“Se acreditamos em Deus não devemos dizer “Acredito em Deus”, mas “Deus acredita em mim.””
“A fúria dos imbecis é menos assustadora que a sua benevolência.”
“”Ser útil à sociedade” é a ambição, ou desculpa, de uma prostituta.”
“Quem nos trai nunca nos perdoará a sua traição.”
“Toda a sociedade não-hierárquica está dividida em duas.”
“Os inimigos do mito não são os amigos da realidade mas da trivialidade.”
“O racista inquieta-se porque suspeita em segredo que todas as raças são iguais. O anti-racista inquieta-se porque suspeita em segredo que não são.”
“As hierarquias são celestiais. No inferno todos são iguais.”
“Os imperativos, éticos ou estéticos, devem ser negativos. Imperativos positivos apenas aumentam a impostura.”
“A vontade de ser original é uma afectação causada pela falta de talento.”
“A alma moderna é uma paisagem lunar.”
“No idioma da arquitectura moderna nada de complicado pode ser dito.”
“O pecado do homem abastado não é a sua riqueza mas o seu apegamento a ela.”
“Ideias da esquerda dão origem a revoluções. Revoluções dão origem às ideias da direita.”
“A verdade é tão subtil que nunca inspira tanta confiança como uma tese errada.”
“A adaptação ao mundo moderno requer uma sensibilidade esclorosada e um carácter degradado.”
“A opinião pública nos dias de hoje não é a soma das opiniões privadas. Pelo contrário, as opiniões privadas é quê são o eco da opinião pública.”
“O excesso de polidez paralisa; a sua falta brutaliza.”
“Não ter noção da putrefacção do mundo moderno é sintoma de contágio.”
“Existe uma iliteracia da alma que nenhum diploma pode curar.”
“O leitor genuíno lê por prazer os livros que os outros apenas estudam.”
“A diferença entre “orgânico” e “mecânico” em matérias sociais é moral: o “orgânico” é o resultado de inumeráveis actos humildes; o “mecânico” é o resultado de um único e decisivo acto de arrogância.”
“Dizer que ”o gosto é relativo” é uma desculpa adoptada nas épocas onde reina o mau gosto.”
“Os objectos modernistas não possuem vida interna; apenas conflitos internos.”
“A mecanização brutaliza porque faz as pessoas acreditarem que o universo é inteligível.”
“A falta de transparência é o primeiro sintoma de declínio de uma língua.”
“Falsificar o passado é o método que a Esquerda usa para produzir o futuro.”
“A sede modernista de originalidade faz o artista medíocre acreditar que o segredo da originalidade é simplesmente ser diferente.”
“Mais irritante que a estupidez vulgar é a verborreia de vocabulário científico.”
“As pessoas modernas acreditam viver num ambiente de pluralidade de opiniões, quando o que de facto reina é uma unanimidade asfixiante.”
“Em filosofia, uma simples questão ingénua basta para todo um sistema entrar em colapso.”
“Para o moderno progressista a nostalgia é a suprema heresia.”
“Nada se torna mais rapidamente obsoleto que o moderno mais arrojado.”
“A claridade na exposição é o único sinal incontroverso de maturidade de uma ideia.”
“Se a filosofia não resolve nenhum problema científico, a ciência, por sua vez, não resolve nenhum problema filosófico.”
“Uma das maiores catástrofes intelectuais reside na apropriação dos conceitos e vocabulário científico por inteligências medíocres.”
“As verdades não são relativas. Relativas são as opiniões sobre a verdade.”

A consciência negra em uma equação

Porque o direito, a realidade ‘direito’ – não as idéias sobre ele do filósofo, jurista ou demagogo – é, se me permitem a expressão barroca, secreção espontânea da sociedade e não pode ser outra coisa. Querer que o direito reja as relações entre seres que previamente não vivem em efetiva sociedade, parece-me - perdoe-se-me a insolência - ter uma idéia muito confusa do que é o direito.” – José Ortega y Gasset, A Rebelião das Massas


Há uma grita premente por reformas gerais nas leis que garantam que cidadãos com ideais discutíveis só possam andar na condicional por bom comportamento. Essa urgência vem de grupos sociais, todos eles, calcados na agenda dos “excluídos” procurando seu pé-de-meia: os homossexuais, os negros, os sem-terra, as mulheres, o movimento anti-manicomial (que não é composto de loucos, mas é o que os fazem parecer tão sensatos).
Não buscarei ressuscitar a velha discussão sobre a legitimidade de cada um desses grupos: é consabido entre os 2,7% de alfabetizados da população que os italianos vieram ao país para substituir a mão-de-obra negra, que ficava cada vez mais cara, e nem por isso têm “cotas sociais”; que as mulheres não foram trazidas acorrentadas de outro continente para cá, nem são espancadas quando beijam outras rachas (em verdade, filmes com essas demonstrações costumam valer uma nota) e Hitler não as culpou pela derrota alemã na Primeira Guerra.
Por outro lado, essas políticas de inclusão (do Bolsa-Família ao Bolsa-Presidiário, da cota social até a lei da homofobia) revelam o caráter revanchista, vitimista e sangue-nos-olhos que caracteriza a esquerda contemporânea – aquela que morre de medo de se outorgar comunista, mas não permite a existência de nada fora do Estado. Aquela que sempre diz que a esquerda mundo afora não deu certo por não ser de esquerda o suficiente, mas sempre que é careada à esquerda das antigas, diz que esta foi degenerada. A esquerda que quer um Estado comendo nosso rabo pelas bordinhas.
Com o vitimismo, que exige privilégios para uma classe e culpa uma outra, de bordas esfumaçadas e contornos imprecisos (“a elite”, “a classe média”, “a mídia golpista”), vê-se como um esquerdista quer tomar o poder: seu sonho não é apenas encher a burra dos vulgos “oprimidos” que julga representar, mas atacar e destruir um inimigo preciso. O sonho do revolucionário é liderar uma turba enfurecida.
O caso Mayara, os espancadores de gays e todos os outros exemplos recentes e não tão recentes apontam para a direção que essa cultura do grupelho se auto-pechando por “vítima” nos leva. Não se pretende aqui dizer asneiras da direita caricata a respeito do Bolsa Família, nem sair em defesa de retardados que ainda possuem preconceito contra os feios – como já afirmou Olavo Pascucci, o homossexualismo não constitui flagelo ético, mas sim um ataque estético – com efeito, é feio pra caralho um galalau introduzir a trosoba própria em lorto peludo alheio.
Porém, a forma rasa com que se lida com o problema dos neofascistas que atacam minorias desprotegidas não se diferencia muito de um neocomunismo – e, a despeito do que a turma do marxismo de bem com a vida possa ousar afirmar, nunca conseguirão provar que o fascismo matou mais do que o comunismo, e nem que se buscar o socialismo democrático procurarão desculpas para algo tão quimérico e oximoroso quanto o fascismo democrático.
Os averiguadores de cotas da Universidade, que vê no olhômetro se você é um negro de verdade ou apenas um mameluco qualquer que, graças ao sangue explorador de algum tio seu, não merece o mesmo benefício de um tição que brilha no escuro, instaurou o primeiro comitê de pureza étnica do Brasil. A lei da homofobia quer instaurar o primeiro (primeiro?) grupo com poderes inexistentes aos demais grupos sociais. Isso sem falar em lei da imprensa, controle social de propriedades etc.
Tudo lembra bem aquele revanchismo que rolou com um certo partido golpista e totalitário que tomou o poder na Alemanha em 33. Claro, não quero recair na Lei de Godwin. Mais óbvio ainda, sei que o PT em (quase) nada se parece ao nacional-socialismo. Porém, o ponto mais preocupante dessa cultura está sendo negligenciado na discussão hodierna: o que mantém a turba enfurecida, até o momento, sob controle?
Antes de imediatamente propor ao Congresso o Bolsa Gardenal, basta fazer uma continha simples, de resultado surpreendente. O que fez Hitler, um Zé rodela de mão cheia, ser líder absoluto de um país, vá lá, rural e de idioma de estrebaria, mas também culto e maior guardião da cultura clássica ocidental que ainda pisa filosofante nesse planeta?
Apesar de lembrar o Mr. Manson e sua explicação científica de que os neurônios responsáveis pelo cálculo matemático são os segundos a serem destruídos pelo incessante uso de THC (só perdendo para aqueles responsáveis pelo bom gosto musical), a conta é acompanhável indolormente: o nazismo culpou os judeus pelo opróbio alemão. Os judeus, como hoje, eram a elite econômica. Em menor número, não puderam sonhar em ter sequer uma margem de votos representativa contra a ascenção do nazismo. Um povo inteiro em fúria esmagou, com sede de uma vingança sem justificativa, cada semita que encontrasse, mesmo o mais miserável e o menos explorador.
O que muda no Brasil atual? Na verdade, fora os aspectos gritantes que diferenciam a democracia brasileira do totalitarismo alemão (que poderiam ser facilmente reduzidas a filigranas menores e derrubadas com a pressão do segundo fator), a diferença é o número de negros brasileiros frente aos brancos.
Com efeito, mesmo no Brasil um Charles Manson teria dificuldade em iniciar o seu Helter Skelter. A “classe média burguesa”, de contornos imprecisos, é muito numerosa. Aqueles que podem ser atingidos pela lei da homofobia por cada piadinha envolvendo entubação de mangalhos exigiriam que, se a lei fosse aplicada stricto sensu, a internet fosse fechada, e todos os homens e mulheres, de cada classe social, que ousassem o heterossexualismo (ou mesmo os gays falando entre si, que são, como os judeus, uma turma que adora saudavelmente rir de si própria) fossem pra cadeia.
A turba que é “vítima”, assim, tem um discurso de ódio, mas só pode ficar no discurso. Nem mesmo se quiser fazer sua revanche pegando o seu alvo de galera logrará êxito notável. O número de brancos, classe medianos e outras características “conservadoras”, no Brasil, mantém a massa de manobra de grupelhos políticos bem quietinhos – mas somente o seu número, mesmo. Para o bem dessas próprias minorias.
O discurso oficial, mesmo com feriados como o Dia da Consciência Negra (que é feriado oficial em 2 estados, enquanto o Dia do Índio não o é... mas quantos índios você conhece, afinal?!), promove o ódio revanchista. Felizmente, apesar de não perceberem que a vida dos pobres e oprimidos está melhor porque essa “elite” lhes deu produtos baratos (e mesmo esgoto e água encanada) a um preço irrisório com os quais os seus bisavós nunca sonharam em possuir, o governo ainda não pode extinguir tudo aquilo que considera nocivo ao seu propósito de igualdade, sob risco de ter de extinguir boa parte da raça humana do país.
Os negros que são os atores mais populares, o melhor jogador de golf, o melhor economista, a mulher mais importante da mídia americana e até mesmo o presidente podem sonhar felizes com suas conquistas pessoais. Infelizmente, para os outros, há o discurso de you’re less: work less, expect less, bem denunciado por Thomas Sowell, o melhor economista vivo, por coincidência, negro.
A consciência negra não precisa acabar com o que os brancos construíram. Mas, por mais que o governo queira, felizmente, a briga seria tão massacrante que nos destruiria. Isso não acontecerá nem que eles forcem mais a barra. Ainda bem.

Flavio Morgenstern 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pensamentos concretos sobre o aborto

21 OUTUBRO 2010

Pensamentos concretos sobre o aborto

Contardo Calligaris

Em matéria de aborto, não sou nem a favor nem contra. Muito pelo contrário. Mas muito mesmo
1) Às vezes, para descobrir o que pensamos, é útil pôr de lado nossos princípios. Pois, em matéria de costumes, os preceitos gerais servem sobretudo para evitar dilemas concretos nos quais nosso pensamento iria revelar-se muito mais complexo do que os princípios que bradamos.

2) Numa situação em que o aborto seja necessário para salvar a mãe, mesmo nos meses finais da gravidez, quase todos dirão que a vida da mãe deve ser preservada (aqui, a lei brasileira, como é normal que aconteça, sanciona o sentimento da maioria).

Agora, imagine que, cinco minutos depois do corte do cordão umbilical, apareça uma condição médica na qual a mãe morrerá sem falta se não receber o transplante de um órgão que só o recém-nascido pode lhe oferecer -sendo que o bebê perderá a vida ao ser privado desse órgão. Para qualquer um de nós, esse transplante mortífero seria uma abominação.

Imagine ainda que, no meio de um parto difícil, a mulher esteja inconsciente e o médico pergunte ao pai: "Devo salvar a mãe ou a criança?". O pai que decidisse salvar a criança (e sacrificar a mãe) seria, aos nossos olhos, acredito, um simples uxoricida.

Parece, em suma, que o direito do feto à vida está subordinado ao da mãe e é inferior ao da criança que já nasceu.

Mas consideremos o caso de alguém que matou uma mulher grávida e, abrindo seu corpo, esfaqueou o feto. No meu foro íntimo, ele é culpado de dois assassinatos.

Da mesma forma, o canalha que, voltando bêbado para casa, produziu o aborto de sua mulher a pontapés e agulha de tricotar enfiada à força no útero, no meu foro íntimo, é um assassino de fato e de direito, não "só" um espancador de mulher.
De repente, a vida do feto parece adquirir uma dignidade comparável à dos adultos.

3) Aceitamos que o aborto seja praticado para preservar a vida da mãe. Mas é curioso que "vida", nesse caso, signifique apenas simples sobrevivência. Viver é muito mais do que prolongar a existência, e o bem-estar não é só o bom funcionamento dos órgãos. Quer comprovar? Tente "consolar" um enlutado com a falsa sabedoria de que "saúde é o que interessa, o resto não tem pressa". Corrijo-me: não tente.

Se a vida não é só sobrevivência abstrata, o que pode significar aceitar o aborto para preservar a vida concreta da mãe?

4) A oposição não é entre os que privilegiam a vida do feto e os que privilegiam a escolha livre da mulher, mas entre abstrato e concreto.

Vamos privilegiar a vida do feto? Ótimo, mas que seja a vida concreta. Para exigir de uma jovem que ela leve a termo uma gravidez involuntária, é preciso oferecer-lhe a garantia de que ela poderá abandonar a criança com dignidade e de que a criança abandonada não ficará para sempre num orfanato. Ou seja, é preciso proteger a vida concreta do nascituro.

Vamos privilegiar a escolha? Nos anos 1970, na Suíça, havia imigrantes italianos que eram autorizados a trabalhar por períodos de 11 meses. Ao fim de cada período, eles tinham que voltar para seu país e lá ficar durante um mês. Era um artifício para que eles não se tornassem residentes e não pudessem levar consigo mulheres e filhos.

Um pouco para compensar a longa frustração, um pouco para que as mulheres, lá na Itália, tivessem de que se ocupar durante a longa ausência do marido, a regra era engravidar a esposa a cada volta para casa. Uma dessas esposas, num vilarejo da Campanha, tinha 30 anos e 11 filhos. Ela tentou abortar o 12º do jeito que dava. Perdeu a vida. Nessa história, onde está a escolha livre?

5) Uma menina de 13 anos transa pela primeira vez com um menino de 17. Ela ouviu dizer que é prudente usar camisinha. Ele explica que a camisinha foi proibida pelo papa. Passei um mês cruzando os dedos e funcionou: a menina não engravidou. É possível criminalizar o aborto e, ao mesmo tempo, desaprovar a contracepção?

6) No corredor de um pronto-socorro lotado, um médico (?) diz a uma enfermeira: "Não se preocupe. Ela abortou, deixe sangrar". Há os que querem criminalizar o aborto para punir a mulher: "Transou? Agora encare as consequências".

Alguém, a esta altura, perguntará: "Afinal, você é contra ou a favor da descriminalização do aborto?". Não sou nem a favor nem contra. Muito pelo contrário. Mas muito mesmo.

TWO TOUGH QUESTIONS

TWO TOUGH QUESTIONS
Question 1: If you knew a woman who was pregnant, who had 8 kids
already, three who were deaf, two who were blind, one mentally
retarded, and she had syphilis, would you recommend that she have an abortion?

Question 2: It is time to elect a new world leader, and only your vote
counts. Here are the facts about the three leading candidates.

Candidate A: Associates with crooked politicians, and consults with astrologists.
He's had two Mistresses. He also chain smokes and drinks 8 to 10
martinis a day.
Candidate B He was kicked out of office twice, sleeps until noon, used
opium in college and drinks a quart of whiskey every evening.
Candidate C He is a decorated war hero. He's a vegetarian, doesn't smoke, drinks an
occasional beer and never cheated on his wife.
Which of these candidates would be your choice? Decide first, no peeking,
then scroll down for the answer.













.















Candidate A is Franklin D. Roosevelt.
Candidate B is Winston Churchill.
Candidate C is Adolph Hitler.

And, by the way, the answer to the abortion question: If you said yes,
you just killed Beethoven.

Pretty interesting isn't it? Makes a person think before judging
someone.

sábado, 13 de novembro de 2010

Vai encarar?

Vai encarar?

por Luiz Felipe Pondé para a Folha

Sou contra o aborto. Não preciso de religião para viver, não acredito em Papai Noel, sou da elite intelectual, sou PhD, pós-doc., falo línguas estrangeiras, escrevo livros "cabeça" e não tenho medo de cara feia.

Prefiro pensar que a vida pertence a Deus. Já vejo a baba escorrer pelo canto da boca do "habitué" de jantares inteligentes, mas detenha seu "apetite" porque não sou uma presa fácil.
Lembre-se: não sou um beato bobo e o niilismo é meu irmão gêmeo. Temo que você seja mais beato do que eu. Mas não se deve discutir teologia em jantares inteligentes, seria como jogar pérolas aos porcos.

Esse mesmo "habitué" que grita a favor do aborto chora por foquinhas fofinhas, estranha inversão...

Não preciso de argumentos teológicos para ser contra o aborto. Sou contra o aborto porque acho que o feto é uma criança. A prova de que meu argumento é sólido é que os que são a favor do aborto trabalham duro para desumanizar o feto humano e fazer com que não o vejamos como bebês. E não quero uma definição "científica" do início da vida porque, assim que a tivermos, compraremos cremes antirrugas "babyskin" com cartão Visa.

Agora o tema é o "retorno" do aborto. O aborto entrou na moda neste segundo turno. É claro que esse retorno é retórico. Desde Platão, sabe-se que a democracia é um regime para sofistas e retóricos.

A relação entre democracia e marketing já era sabida como essencial desde a Grécia Antiga. Por que o espanto quando os candidatos, sabendo que grande parte da população brasileira é contra o aborto (talvez por razões religiosas vagas, talvez por "afeto moral" vago), se lançam numa batalha pelo espólio do "direito à vida"?

O marketing é uma invenção contemporânea, mas a necessidade dele é intrínseca a qualquer técnica que passe pelo convencimento de uma maioria, desde a mais tenra assembleia de neandertais.

A democracia é, na sua face sombria, um regime da mentira de massa. Quando essa mentira de massa é contra nós, reclamamos.

Não há nada de evidentemente justo em termos morais ou de moralmente "avançado" na legalização do aborto. O que há de evidente em termos morais é a desumanização do feto como processo retórico (exemplo: "Feto não é gente") e a defesa de uma forma avançada de "safe sex": "Quero transar com a "reserva de comportamento legal" a meu favor. Se algo der errado, lavo".

E não me venham com "questão de saúde pública". Esgoto é questão de saúde pública. A defesa do aborto nessas bases é apenas porque o aborto legal é mais barato. Resumindo: "Safe sex, cheap babies". E não me digam que o feto "é da mulher". O feto "é dele mesmo". E não me digam que "todo o mundo avançado já legalizou o aborto", porque esse argumento só serve para quem "ama a moda" e teme a solidão.

Não pretendo desqualificar a angústia de quem vive esse drama. Longe de mim! Mas em vez de gastarmos tanta "energia social" na defesa do aborto, por que não usarmos essa energia para recebermos essas crianças indesejadas?

Vem-me à mente dois exemplos, aparentemente de campos "opostos".

Deveríamos aprender com a Igreja Católica e seu esforço de criar redes de recepção dessas crianças, aparando as mães em agonia e seus futuros filhos à beira da morte.

Por outro lado, são tantos os casais gays masculinos (os femininos sofrem menos porque dispõem de "útero próprio") que querem adotar crianças e continuamos a julgá-los, equivocadamente, penso eu, incapazes do exercício do amor familiar.

Sou contra a legalização do aborto porque o considero um homicídio. Muita gente não entende essa implicação lógica quando supõe que seriam razoáveis argumentos como: "A legalização do aborto permite a escolha livre. Se sou contra, não faço. Se minha vizinha for a favor, ela faz".

Agora, substitua a palavra "aborto" pela palavra "homicídio", como fica o argumento? Fica assim: "A legalização do homicídio permite a escolha livre. Se sou contra, não faço. Se minha vizinha for a favor, ela faz".

Quem é a favor do aborto não o é por razões "técnicas", mas por "gosto" ideológico.

sábado, 6 de novembro de 2010

Doutorado e Mestrado

QUANDO SE TEM DOUTORADO

O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da
gramínea Saccharus Officinarum, (Linneu, 1758) isento de qualquer
outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas,
quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas
dimensões e restasretilíneas, configurando pirâmides truncadas de
base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do
paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona
favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial
equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que
ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos
órgãos especiais existentes na Apis mellifera (Linneu, 1758). No entanto, é
possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no
estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma
geométrica, apresenta considerável resistência a modificar
apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas
de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da
pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.
QUANDO SE TEM MESTRADO

A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado
pelo processo de purificação e refino, apresentando- se sob a forma
de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona
agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma
sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e
nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas
proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da
aplicação de compressões equivalentes e opostas.
QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO
 
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando- se
em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem
sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda
suas proporções quando sujeito à compressão.
QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO
 
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor
agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.
QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio
ou flexível.
QUANDO NÃO SE TEM ESTUDO

Rapadura é doce, mas não é mole, não!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aborto, o retorno.

 Cícero faz a tréplica a Coutinho na questão do aborto. De todas as partes do texto de Cícero , a que mais me espanta, pelo seu valor argumentativo nulo e conseqüências imprevisíveis, é a seguinte:

"Não vejo sentido, neste mundo superpopulado em que vivemos, em fazer força para que o mundo não deixe de ter mais um habitante". 


Que diferença faz numa discussão sobre a origem da vida humana se há poucas ou muitas pessoas no mundo? Nenhuma diferença. Cícero faz juízo de valor, na opinião dele há pessoas demais no mundo. Podemos  concluir com boa chance de acertar que para Cícero o aborto seria uma das maneiras de "sanar" o suposto problema de superlotação no mundo?
Todo genocídio começa com esforços no sentido de "desumanizar" as vítimas. Seria a aprovação do aborto um esforço consciente em despopular a Terra?