terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aborto, o retorno.

 Cícero faz a tréplica a Coutinho na questão do aborto. De todas as partes do texto de Cícero , a que mais me espanta, pelo seu valor argumentativo nulo e conseqüências imprevisíveis, é a seguinte:

"Não vejo sentido, neste mundo superpopulado em que vivemos, em fazer força para que o mundo não deixe de ter mais um habitante". 


Que diferença faz numa discussão sobre a origem da vida humana se há poucas ou muitas pessoas no mundo? Nenhuma diferença. Cícero faz juízo de valor, na opinião dele há pessoas demais no mundo. Podemos  concluir com boa chance de acertar que para Cícero o aborto seria uma das maneiras de "sanar" o suposto problema de superlotação no mundo?
Todo genocídio começa com esforços no sentido de "desumanizar" as vítimas. Seria a aprovação do aborto um esforço consciente em despopular a Terra?

2 comentários:

  1. Olá! Conheci você através do Coturno Noturno. Somos da turma do bem.Então é um prazer conhecê-lo.Quanto ao aborto, penso que antes de esperar que a ciência nos diga quando se pode considerar o feto um ser vivo,devíamos falar sobre o paradigma desta ciência vigente(newtoniano-cartesiano). Entendo que sob este paradigma,já atrasado, a ciência atual pouco ou nada vai informar, posto que é um paradigma materialista.Portanto, esta é uma missão impossível.Para os que esperam, então,essa sinalização para se pronunciar sobre o aborto,se não a tem na ciência, onde vão encontrar argumentos? Logo, vejo que este é um assunto muito complexo e fui totalmente contra sua aparição na campanha eleitoral, por várias razões que não cabe neste momento enumerar, para ficarmos esclusivamente com o tema do aborto.Eu advogo que somos uma consciência em evolução e que precisamos do corpo para processar esta evolução.Assim, em tese sou contra, pois cada aborto é um corpo a menos. Mas não podemos analisar esta questão matematicamente.A questão tem de ser vista pelo lado da ética. Portanto a discussão é longa e tem muitos viezes.

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  2. Resposta de Antonio Cícero

    1)“Pela lei brasileira, aborto (ainda) é crime contra o feto”.
    Isso não é verdade senão por uma interpretação errônea da lei. Mas, mesmo que fosse assim, os meus artigos não foram escritos para confirmar, mas para modificar a lei sobre esse tema. Logo, que interesse tem citá-la?

    2)Já que, como mostrei, o embrião não chega a ser uma pessoa nem um ser vivo, é evidente que as opiniões de Camille Paglia estão erradas, ainda que ela seja mesmo ateia. Se ela quer se considerar assassina, a perversão é dela.

    3)
    Já que o feto não pode ter direitos, pois não chega a ser uma pessoa, e só as pessoas têm direitos, é claro que a pensão alimentícia é devida à mãe, e não a ele.

    4)
    O artigo que você me enviou foi escrito por rábulas semi-analfabetos. A questão que discuto desde o princípio jamais se referiu à interpretação de leis positivas, mas à filosofia do direito.

    5)
    Pela mesma razão que invoco em (4), é irrelevante o que a Comissão Estadual etc. ou oTJ de São Paulo pensam sobre o feto.

    6) O fato de ser proibido destruírem-se os ovos não significa que eles tenham direitos. (Veja o nível a que as suas argumentações – no fundo sofismas religiosamente irracionalistas – acabam descendo). Proibe-se a destruição dos ovos para proteger uma espécie em extinção. A manutenção da biodiversidade, isto é, da riqueza da fauna e da flora terrestre, é um dever de cada um porque constitui um direito HUMANO, ou seja, da humanidade como um todo. Por outro lado, o ser humano não é uma espécie em extinção – longe disso –, de modo que não precisa proteger os embriões humanos. Ao contrário: é importante instituir-se um rigoroso controle de natalidade em toda parte do mundo.

    Ou seja, tudo somado, tudo o que você disse ultimamente não passou de chicana – no fundo, de origem religiosa – que me obriga a me repetir, isto é, a perder meu tempo: coisa que me desgosta. Desisto.

    --durma-se com um barulho desses....

    cherokkejr

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